quarta-feira, 22 de outubro de 2008

EU. INDEFINIÇÕES E DEFINIÇÕES.

Fico a pensar qual o discurso ideal que posso fazer sobre quem sou. O “quem sou” pode ser definido por aquilo que tenho pelos meus pensamentos e sentimentos? Ou pelas minhas atitudes? Essas são perguntas fundamentais para se chegar a uma definição do “eu”.

Se eu puder ser definido pelo que sinto e penso, então o trabalho será árduo. Pois os sentimentos e pensamentos que possuo mudam de uma forma rápida e constante.

Há momentos em que gosto da cor azul, mas há momentos que gosto da cor cinza; há situações em penso como um capitalista, como um socialista ou como um comunista. Por vezes tenho muita fé. Mas há momentos em a fé se esvai.

Pelos pensamentos e sentimentos sou indefinível. Através desta análise eu não consigo responder quem sou eu.

Agora, se eu puder ser definido por aquilo que faço, não somente conseguirei me definir, mas os outros também conseguirão me definir.

Definindo-me por aquilo que faço, isto é, pelas minhas atitudes, poderei ter base para verificar se sou gentil a ponto de demonstrar uma personalidade dócil. Se eu tiver atitudes demasiadamente contraditórias (ternura e ira, por exemplo) em um curto espaço de tempo, isso demonstrará o quanto sou volúvel.

Posso ter muitos pensamentos e sentimentos, mas são as minhas atitudes que demonstrarão quais são os pensamentos e sentimentos que são de minha preferência, que formam os meus valores.
No filme Batman Begins é pronunciada uma frase digna de reflexão: “Não é o que você é por dentro, mas o que você faz que o define”. Meus atos demonstram muito quem sou. As minhas atitudes são as veredas para o meu interior. Por isso, quem quiser saber quem de fato sou, deverá ser muito atento àquilo que faço.

Não é sem propósito que o estudo da Psicologia está assentado sobre o comportamento, pois o comportamento mostra quem as pessoas são. René Descartes, filósofo francês, havia dito em suas Meditações: “Sou uma coisa que pensa.” Eu, criando um paralelo com a importância do agir como forma de conhecimento do eu, digo: “Sou uma pessoa que faz para saber quem sou em meio às indefinições e definições”.

"Hilário" Eleitoral Gratuito

"OLHEM OS 200 HOSPITAIS QUE FIZ!"..."FAREI MAIS 200 SE FOR ELEITO!"
"NA MINHA GESTÃO NÃO HOUVE POBRE, DOENTE, VICIADO, MAZELADO, NECESSITADO, EXCLUÍDO, REPUDIADO, DESEMPREGADO, MARGINALIZADO..."

O segundo turno das eleições está agitado em muitas cidades brasileiras. Tento encarar de maneira cômica toda esta tristeza de propaganda eleitoreira que há na televisão.

Agora, mais do que nunca, os candidatos se atacam, usam a melhor maquiagem para não ficarem feios no mundo que privilegia a aparência, usam as melhores roupas e, os que já governaram, elevam à enésima potência os seus feitos.

Não aguento mais ter que ouvir candidatos dizendo:

"EU FIZ... EU VOU FAZER!"
"EU FIZ... EU VOU FAZER!"
"EU FIZ... EU VOU FAZER!"

Caros leitores, do jeito que os candidatos duvidam de nossa capacidade de raciocínio, até parece que estamos assistindo às pegadinhas de mau gosto que costumeiramente passam na TV.
Mas, da forma em que está a política em nosso país, o que desejar nestas eleições?

O que eu desejo: que dentre os piores, vença o menos pior. E "ao vencedor, as batatas".