Quando a terra era nova, apaixonou-se pelo firmamento, que também era jovem.
Para a jovenzinha terra, o firmamento era o céu, no sentido mais divino que se pode imaginar. Por isso o chamaremos de "céu" em nossa narrativa.
A terra era apaixonada e ligeiramente boba, devido a sua inexperiência.
O céu era galanteador, porém imaturo e não disponível a assumir responsabilidades.
O céu, na ânsia de possuir a terra, disse que a amava.
A terra cedeu antes do tempo, uniu-se ao céu e, no ventre da terra, uma semente foi plantada.
Os deuses responsáveis por guardar a terra ficaram enfurecidos com a situação e quiseram que o céu e a terra se unissem eternamente. A terra buscou o carinho e a aceitação do céu, mas este a ignorou e não quis assumir a responsabilidade da semente que foi plantada.
Os deuses responsáveis por proteger a terra disseram: "A semente está viva, mas não podemos aceitar que a terra pela qual somos responsáveis tenha esta semente nascida." E levaram terra para um canto obscuro do universo, onde não há a luz do amor e da racionalidade. Levaram a terra diante de uma Bruxa arrancadora de semente, cujas mãos calejadas pela maldade estavam dispostas a cessar com mais uma vida.
A Bruxa colocou sua mão horrorosa no interior da terra enquanto esta chorava de desespero. A Bruxa, depois de algum esforço, conseguiu arrancar semente e matá-la. A terra desfaleceu, o ceú não estava lá para acompanhar e tudo ficou obscuro... para a terra, isto seria sempre uma lembrança amarga.
A terra era uma menina... o céu um rapazinho irresponsável.
Os deuses eram os pais mais humanos, cheios de humanas vaidades sociais. Eram moralistas, mas não eram morais.
A Bruxa era uma pseudo-médica, responsável por realizar abortos.
A semente representa a pequena criança que, assim como outras crianças, teve sua vida ceifada pela maldade humana.
Senhor Deus, protegei a juventude, iluminai os pais e extirpai a prática do aborto da família humana.
Fazei com que todas as jovens forçadas por seus pais a fazer um aborto possam se recuperar psicologicamente. Que elas, já mais maduras em relação a vida, possam ser valentes guerreiras contra esta prática do aborto e, perdoando os seus pais por ato tão covarde, possam ser também anunciadoras do perdão. Afinal, errar é humano, mas perdoar é divino.
Neste dia Santo de Guarda de Corpus Christi possamos ter a força de não retroceder um milímetro que seja em nossa luta pela vida. Amém.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
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