Na correria do dia-a-dia, acabei por deixar um pouco desleixado este meu "cantinho virtual", este lugar não-lugar, este espaço que não é medido em metros, mas em bits. E eis que, tendo encontrado tempo, estou aqui novamente para escrever, para ter um momento catarse.
Depois deste tempo considerável sem escrever eu poderia escrever sobre tantas coisas. Por exemplo: poderia discorrer sobre este caso polêmico e fútil da menina que permitiu-se hostilizar por usar um vestido curto na faculdade. Isto até deu-me a ideia de uma postagem, mas não gosto de escrever sobre um assunto que já me cansou os ouvidos e a paciência. Prefiro refletir e escrever o que experimentei, o que vivenciei. Então, mãos a obra.
Hoje uma amiga do trabalho recebeu uma cartinha de amor. Ela concedeu-me a carta para ler. Lendo a carta, eu percebi a admiração-amor-ilusão. O apaixonado estava declarando-se, mas demonstrando saber que jamais a teria, pois ela está em vias de casar-se com seu noivo.
O rapaz, na carta, demonstrava estar totalmente encantado: lembrava-se dos olhos, da maquiagem da roupa e do penteado de quando conheceu minha amiga. Ainda lembrava-se do dia e da hora em que a viu pela primeira vez. E descreveu todas as virtudes de minha colega de uma maneira que Machado de Assis aplaudiria de pé. Nunca vi a paixão fazer alguém escrever tão bem.
Minha caríssima amiga disse que iria jogar a carta fora para que esta não causasse problemas em seu relacionamento. Contudo, senti um certo pesar da parte dela em tomar esta decisão, não porque ela gostou do rapaz, mas sim porque jogar fora a carta era descartar um bocado de elogios e, junto com os elogios, um pouco da vaidade que os elogios alimentaram.
Ela teve que agir com amor para com o seu noivo, pois só assim ela poderia combater a própria vaidade. Neste caso, o amor venceu o duelo.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
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